sexta-feira, 4 de junho de 2010

Energia nuclear

Energia Nuclear



A energia elétrica gerada por usinas nucleares baseia-se na fissão (quebra, divisão)do átomo. As matérias primas necessárias a esse processo são o urânio ou tório, dois minérios radioativos.

A fissão nuclear consiste no seguinte: os átomos do urânio-235,por exemplo, são "bombardeados" por neutrons; seus núcleos se fragmentam liberando enorme quantidade de energia. Essa fragmentação do núcleo do átomo atingido, por sua vez, dá origem a outros nêutrons, que vão bombardear os átomos vizinhos e assim sucessivamente, uma reação em cadeia.

Esse processo, essa reação em cadeia, tem de ser realizado de forma controlada, em condições de segurança absoluta, pois sua expansão desordenada pode causar terríveis catástrofes. O local apropriado onde ocorre essa fissão nuclear controlada chama-se reator nuclear, peça fundamental de uma usina nuclear.

Essa fissão nuclear provocado no reator da usina produz enormes quantidades de calor; esse calor por sua vez, será utilizado para aquecer uma certa quantidade de água transformando-a em vapor, a pressão desse vapor faz girar uma turbina que irá acionar um gerador; este gerador converterá a energia mecânica, proveniente da turbina, em energia elétrica.

O urânio é um elemento encontrado na natureza, no interior das rochas. Nesse estado bruto, ele é quase todo urânio –238 (99,3%)e somente uma parte muito pequena (0,7%0) é de urânio 235.

Ocorre que, em alguns tipos de reatores nucleares,como os que foram instalados no Brasil, o combustível utilizado tem de ser o urânio-235, é necessário aumentar a porcentagem de urânio –235 a fim de poder utilizá- lo como combustível. Esse processo chama-se enriquecimento do urânio.

Um dos grandes problemas ambientais ocasionados pelas usinas nucleares é o lixo atômico. Trata-se dos resíduos que decorrem do funcionamento normal do reator : elemento radioativo que "sobram" e que não podem ser reutilizados ou que ficaram radioativo devido ao fato de entrarem em contato, de alguma forma, com o reator nuclear. Para se ter uma idéia, uma usina nuclear produz por ano, em média, um volume de lixo atômico da ordem de 3m3 .

Normalmente se coloca esse lixo atômico em grossas caixas de concretos e outros materiais para em seguida jogá-los no mar ou enterrados em locais especiais.As condições de armazenamento desse lixo é preocupante, pois essas caixas podem se desgastar com o tempo e abrir contaminando assim o meio ambiente.
















O acidente nuclear de Chernobyl



Apesar da probabilidade de um acidente grave numa central nuclear ser pequena, os efeitos de um acontecimento desse tipo podem ser desastrosos. Se houver uma explosão numa central, são lançadas para o ambiente grandes quantidades de isótopos radioactivos. O efeito da, radiação pode perdurar por muitos anos, enquanto decaem os isótopos radioactivos de maior semi-vida.

O maior acidente nuclear deu-se na central de Chernobyl, na Ucrânia (antiga União Soviética), em 26 de Abril de 1986. Nessa central, o material moderador

da reacção era a grafite, tal como no primeiro reactor nuclear de 1943. Esse tipo de tecnologia já estava desactualizado em 1986. Por outro lado, a construção

não obedecia as normas de seguranças necessárias. Numa série de testes de controlo da actividade do reactor, ocorreu um conjunto de erros humanos que conduziram a um aumento súbito da reacção e a uma explosão (muito menor, no entanto, do que a explosão de uma bomba nuclear, onde o urânio radioactivo está

em maior percentagem). No acidente morreram 31 pessoas, entre bombeiros e operários da central que combatiam o incêndio, em virtude das elevadas doses radioactivas que receberam.

Em consequência deste acidente, foram espalhados pela zona e arrastados para mais longe isótopos radioactivos que aparecem no processo de cisão, como

o iodo 131 e o césio 137. Esse material espalhou-se, devido as condições meteorológicas, principalmente pelo Norte e Centro da Europa, provocando um aumento da radiação no ambiente.

Numa zona com raio de 30 km a volta de Chernobyl viviam cerca de 120 000 pessoas, que ficaram mais expostas à radiação. Foram quase todas evacuadas nos dias seguintes ao acidente. Hoje, só vivem nessa zona cerca de 1000 pessoas. Algumas delas trabalham em outros reactores da central que continuam a funcionar. O reactor que sofreu o acidente foi coberto com uma espessa camada de betão, planeando-se o reforço dessa cobertura.

Quantas pessoas vão ainda morrer a médio ou longo prazo devido a este acidente? Não se sabe ao certo, mas podem fazer-se estimativas com base no que se conhece sobre os efeitos da radiação, nomeadamente o aparecimento de cancros. O cancro é uma doença infelizmente bastante vulgar e não se pode saber se um dado cancro numa pessoa resultou do aumento artificial de radiação ou teve um motivo natural. Das 120 000 pessoas que sofreram o maior impacto, 17 000 morreriam naturalmente de cancro, ao longo do seu tempo médio de vida (70 anos). Preve-se que haja nessa população cerca de 400 cancros a mais em virtude do acidente (um aumento de pouco mais de 2%). Claro que, populações que vivem mais longe também foram atingidas, embora com doses de radiação bastante menores.

Um perigo particular das radiações ionizantes, para além dos malefícios imediatos no organismo, reside na eventual alteração dos próprios genes dos seres vivos, que contem a informação transmitida de pais para filhos, causando o nascimento de novas gerações com defeitos. Esse perigo e bastante menor do que por vezes é referido. Com base na análise das populações japonesas afectadas pela radiação das duas bombas que terminaram a Segunda Guerra Mundial, sabe-se que os defeitos genéticos devidos a radiação são bastante raros. Os genes têm uma grande capacidade de reparação e o próprio processo de reprodução do ser humano só é bem sucedido se não houver problemas graves no embrião. Na população de Chernobyl referida esperam-se cerca de 60 casos de defeitos genéticos (menos de 1 % de aumento em relação aos defeitos genéticos que ocorrem naturalmente).

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